Educar para o pensar espírita é educar o ser para dimensões conscienciais superiores. Esta educação para o Espírito implica em atualizar as próprias potencialidades, desenvolvendo e ampliando o seu horizonte intelecto-moral em contínua ligação com os Espíritos Superiores que conduzem os destinos humanos.(STS)

Base Estrutural do ©PROJETO ESTUDOS FILOSÓFICOS ESPÍRITAS (EFE, 2001): Consulte o rodapé deste Blog.

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"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a Lei."
Allan Kardec

「生まれ、死に、再び生まれ、
更に進歩し続ける。それが法なのである。」
アラン・カルデック

quarta-feira, 25 de março de 2020

AMOR E FELICIDADE EM TEMPOS DE CRISE







 

Em tempos de provas e reajustes, falar sobre Amor e Felicidade pode parecer utopia. Contudo, Jesus também falou de paz em tempos de guerras, falou de perdão em tempos de ódio, de piedade em tempos de desprezo, de responsabilidade em tempos de omissão.

Então por que não falar de Amor e Felicidade em nosso tempo onde parece que as pessoas vivem um distanciamento contundente de sua própria humanidade? Quando nos parece que o “próximo” é alguém tão distante quanto os mais distantes astros do Universo? Justamente por isso, por causa desse distanciamento é que devemos tentar essa reaproximação.

Vivemos tempos onde os dramas de toda sorte acontecem: flagelos naturais, flagelos provocados pelos próprios seres humanos. A tão distante solidariedade está ressurgindo aos poucos, porque movida pela força das coisas. Talvez nos convidando a redefinir o conceito e o significado de felicidade, assim como amar.

Por séculos temos buscado ser felizes com o usufruto dos prazeres imediatos e mundanos, “amando” tudo o que nos cerca e nos traz apenas satisfação momentânea.

Ao longo da história da Filosofia, escolas surgiram no sentido de também buscarem respostas para as questões mais prementes da vida. Os existencialistas por exemplo, tem a capacidade de nos mostrar a realidade como ela é, sem fugas ou escapismos. E por serem tão contundentes, incomodam. Mas são úteis, tremendamente úteis em nosso tempo de tragédias e desenganos, oferecendo-nos uma saída que evoque mudança. Mudança no agir, mas sobretudo no pensar, subalterno daquele.

Por isso Allan Kardec surgiu no auge da retomada de caminhos seguros que nos fazem repensar o nosso tempo, mas, sobretudo, as nossas ações.

Em “Ética a Nicômaco”, Aristóteles diz que a felicidade é o maior bem desejado pelos homens e o fim das ações humanas, este último, com sentido teleológico, como a sua filosofia, quando afirma que o bem é aquilo a que todas as coisas tendem.

Não está distante das afirmações de Jesus e de Kardec, que, priorizam o exercício do Bem como a finalidade da vida humana.

Mas até compreendermos isso, temos um caminho a percorrer.

 “Aristóteles diz que tanto as pessoas mais sábias quanto as pessoas menos doutas concordam que toda a ação humana tem como objetivo alcançar a felicidade. Se faz parte da natureza humana o desejo de ser feliz, o fim mais elevado não poderia ser outro e, por isso, há esse consenso. (W.J.P.dos Santos)”

Contudo, precisamos considerar que não há consenso sobre o sentido do que seja “felicidade”. Esse sentido varia conforme as culturas, os países, o nível evolutivo das criaturas. Kardec enumera em O Livro dos Espíritos, nas questões de número 100 a 110, esses degraus, o que torna bastante claro que ser feliz e amar está em acordo com a capacidade que as criaturas tem de apreender esse sentido.

Assim como Aristóteles buscava respostas para questões existenciais, a Filosofia Espírita, hoje, responde ao filósofo com a mais simples das conclusões, inspiradas em Jesus:  amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Essa felicidade jamais será anulada no coração e na mente daqueles que compreenderem o seu verdadeiro sentido. E jamais em tempo algum esse sentido poderá ser mudado ou apartado daquele que realmente assim o desejou.  

Sonia Theodoro da Silva, filósofa.